RESUMO

Este artigo discorre sobre como a incômoda e infeliz sequela da natureza caída, mesmo em cristãos regenerados, pode trazer no seio da igreja local situações conflitantes, desgastantes e por vezes traumáticas, como uma triste lembrança de que ainda não está presente o tempo glorioso de uma vida em comunhão eterna livre da presença do pecado. Os conflitos interpessoais são uma nítida demonstração da desarmonia causada pelo pecado e suas manifestações por vezes ocorrem dentre aqueles dos quais aguarda-se fraternidade, compaixão e longanimidade e que, se não forem biblicamente tratados e supervisionados poderão culminar em tragédias muito difíceis de serem contornadas. No intuito de apresentar o porquê da existência dos conflitos entre membros do corpo de Cristo, como os mesmos podem se manifestar, mas também uma possibilidade bíblica de resolução de conflitos estabelecendo uma cultura pacificadora, este artigo utilizará de argumentos bíblicos-teológicos e em um segundo momento apresentará propostas por meio do ministério do Aconselhamento Bíblico para ajudar líderes na resolução de conflitos no seio da igreja local.

PALAVRAS-CHAVE

Conflitos, communio sanctorum, Aconselhamento bíblico, igreja, oração, piedade.

INTRODUÇÃO: OS CONFLITOS NOS LEMBRAM NOSSA INFELIZ NATUREZA CAÍDA

O episódio da Queda, conforme descrito em Gênesis 3.1-24, tem fundamental importância para que cristãos possam compreender com clareza e transparência a realidade das coisas ao seu redor. Toda compreensão do drama redentivo apresentado nas Escrituras sagradas partem desta significativa mudança de parâmetros entre os capítulos anteriores e a narrativa descrita ali. A mudança de status de uma criação perfeita e obediente a seu propósito e finalidade para o então, estado de rebeldia, pecado e conflitos manifestos em todas as formas.

Uma boa teologia jamais tornará obsoleta ou secundária a narrativa do pecado original, sua abrangência e efeitos, não apenas sobre a humanidade, mas sob toda a criação.

No livro do profeta Oséias 6.7, ao citar o que estava em jogo no Jardim do Éden, há a afirmação de que houve um pacto estabelecido entre o Criador e sua criatura federal que fora aleivosamente transgredido, fazendo assim não apenas seus próprios atos fossem reprovados e julgados, mas, sujeitando toda a humanidade nele representada para um estado de depravação total[1]. A desarmonia passa a ser parte da identidade da humanidade caída.

No âmbito dos seres humanos e seus relacionamentos, o foco deste estudo, o conselheiro bíblico Lamberth[2] resumiu de forma pedagógica a imensidão dos efeitos do pecado quando disse que “o pecado toca cada elemento de nossa existência como pessoa.”[3]

O pecado original[4] afetou os seres humanos em todas as direções de seus relacionamentos a começar em um sentido vertical em seu relacionamento com Deus.

Por estar cativo ao seu desejo e desprender-se da proteção derivada da obediência do conselho divino, o homem então rompe a possibilidade de andar em harmonia com o criador, fazer a sua vontade e ter seus desejos, motivações e afeições voltadas para o louvor da glória de Deus. O homem tornou-se incurvatus in se[5] e essa postura o torna totalmente depravado diante da santa justiça do criador.

Em um sentido horizontal, o homem entrou em conflito com o próprio habitat que lhe fora preparado para o criador. De co-regente da criação ele se torna um explorador inconsequente que não preserva ou exerce sua mordomia original para com o meio ambiente (Rm 8.20).

Em uma perspectiva circuncêntrica, o homem entrou em conflito com o seu próximo. Egoísmo, inveja, cobiça, lascívia, ódio, vingança, são apenas alguns exemplos daquilo que surgiu no coração humano a partir do evento da queda (Mc 7.21-23). Como visto aqui, a desarmonia está entranhada na natureza humana caída.

A rebelião do homem contra Deus no Éden criou inimizades e conflitos nos relacionamentos com outras pessoas, afirmou novamente Lamberth.[6] Fato que pode ser comprovado com uma rápida leitura do episódio da Queda. Após perceberem que haviam feito algo extremamente ofensivo e caótico, homem e mulher divergem em desarmonia de propósitos e intenções diante do Criador (Gn 3.12). O que então explica que toda a origem dos conflitos interpessoais, independente dos motivos causais, está diretamente ligada à condição pecaminosa da existência humana decorrente do episódio da queda no jardim. Pode-se deferir, sem medo de errar que os conflitos horizontais são reflexos do conflito vertical do homem com Deus.

A verdade é que ao tocar no assunto da natureza dos conflitos torna-se inquestionável a compreensão de que sua causa maior é a natureza humana caída e, portanto, apenas por meio da cruz de Cristo e de seus efeitos regeneradores em todo o ser humano é que os conflitos podem ser administrados, tratados, resolvidos e serem utilizados como exemplos para a instrução de toda a igreja (Rm 5.19). Daqui flui uma importante verdade teológica então: conflitos são reflexos da natureza caída desarmoniosa que só podem ser resolvidos mediante a restauração integral do velho homem.

Conflitos são lembranças da natureza caída e do que ela mais sabe fazer: estar em desarmonia com o Criador e sua criação.

Não obstante, definir o termo conflito parece ser uma tarefa delicada e não tão simples de ser feita. Mas, no intuito de alcançar o desafio proposto por este estudo, faz-se necessário algum tipo de definição que auxilie a compreensão do leitor sobre o tema dos conflitos no seio da igreja local.

Ao escrever um capítulo específico sobre resolução de conflitos no livro Homens aconselhando homens[7], o conselheiro Ernie Baker aponta para a natureza dos conflitos estarem ligadas a assuntos controversos entre partes ou simplesmente como problemas de relacionamentos. Uma contribuição importante apresentada por Ernie é a forma como ele define a evolução e natureza dos conflitos que quase sempre “queimam lentamente debaixo da superfície durante anos na forma de reclamações, fofocas, calúnias, ressentimentos ou falta de perdão”[8] ou então, por vezes, “podem começar com uma pequena fagulha, para depois se tornarem labaredas incandescentes que consomem casamentos, ministérios pastorais, ministérios da igreja e congregações inteiras.”[9]

Abordagem semelhante sobre qual seria a natureza dos conflitos é compartilhada por Ken Sande para quem o conflito é uma falta de entendimento entre duas partes que na maioria das vezes desencadeia uma “espiral do caos”.[10]

O que se tem percebido nitidamente até aqui é que conflitos envolvem duas ou mais perspectivas conflitantes sobre algum ponto comum. Um pacto, acordo, norma ou lei que fora formal ou informalmente pré-estabelecida e que em determinado momento tornou-se um ponto de tensão entre tais partes, quer seja pela mudança de posicionamento ou quebra daquilo que fora acordado.

É essa falta de entendimento ou melhor, de diálogo ou atitude reparadora que está sendo denominada de conflito. Outra relevante visão sobre o que são os conflitos e o que eles revelam sobre a natureza caída é feita por MacArthur em sua descrição sobre como a pecaminosidade humana promove uma sociedade onde as mais diversas formas de crueldade e conflitos são gratuita e nitidamente vistos por todo o globo, concluindo que os mesmos “caracterizam as tendências da humanidade depravada[11]”.

Deve-se, entretanto, destacar que há uma nítida diferença entre conflito e guerra, discussão conflitante e briga. Conflitos são por vezes sutis e nem sempre levam à luta armada, mas demonstram o conceito em destaque no presente artigo: todo conflito é fruto da desarmonia presente na natureza humana caída.

Como andarilha errante expulsa do jardim, a humanidade carrega então em sua natureza a marca dos conflitos já manifestos no texto sagrado logo após o episódio de Gn 3.1-24. Entretanto, vale ressaltar, como bem observou o pastor e conselheiro bíblico Jayro Cáceres no prefácio à edição brasileira da obra do pastor Lou Priolo que “um exame mais minucioso das Escrituras, porém, revela que conflitos sempre estiveram presentes na vida dos servos de Deus e por diferentes motivos”. Ou seja, a Bíblia confirma que mesmo entre os servos de Deus mais consagrados houveram momentos conflitantes em diversos níveis.

E é do próprio conselheiro Lou Priolo uma última definição de conflitos e sua relação com a natureza caída que contribuirá para este estudo. Segundo Priolo, a maioria das pessoas pensa em conflito relacionando-o a contextos militares, bélicos e pecaminosos, mas “da perspectiva bíblica, ter um conflito com alguém (ou mesmo iniciar um conflito) não é necessariamente pecado.”[12]

Embora o conceito de Priolo não aparente destacar a natureza caída e sua manifestação desarmoniosa que geram os conflitos apresentada até aqui, o mesmo autor mostra em seu livro que todo conflito terá uma parte que precisa ser alertada e reparada de uma situação ruim. Ou seja, os conflitos provam o que há no interior da natureza caída.

  1. AS DUAS VIAS OPOSTAS NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: O CAMINHO DO ÍMPIO E O CAMINHO DO REGENERADO

Os escritores na área de Aconselhamento Bíblico investem bastante energia e estudos para oferecer a seus leitores e alunos formas bíblicas de identificar e ajudar a solucionar conflitos em seus diferentes níveis e áreas de ação. Um exemplo disso é que Ken Sande publicou um livro intitulado O Pacificador: como solucionar conflitos (CPAD,2010) cuja proposta foi a de fornecer a líderes cristãos uma discussão detalhada sobre como resolver (ou pelo menos ajudar na condução) conflitos nas famílias, no trabalho, na igreja e em outras áreas.

Líderes cristãos tem percebido a importância de saberem se portar diante dos conflitos que possivelmente estarão envolvidos, direta e indiretamente, talvez por conta do cumprimento do texto bíblico de 2Tm 3.1-5 que reforçam que no fim dos tempos os conflitos estariam ainda mais presentes entre as comunidades. Por conta disso, torna-se importante compreender o que a Escritura fala sobre o que seria uma forma bíblica na resolução dos conflitos contrastando com a forma ímpia de lidar com a situação.

Em seu livro Resolução de Conflitos, Priolo destaca três tipos “comuns” de conflitos. Segundo ele, “reconhecer esse fato (o de que os conflitos não são todos iguais) é um elemento essencial para ser um bom solucionador de conflitos.”[13]

De acordo com ele, as categorias de conflito mais comuns são dados pelas diferenças de preferências ou perspectivas sobre um assunto, conflitos por pecaminosidade de uma ou de ambas as partes ou conflitos por interpretação e abordagem da cosmovisão cristã.[14]

Esses três tipos de categorias que Priolo elabora em seu livro tentam direcionar conselheiros e líderes para o caminho da conciliação, não obstante, vale a pena destacar que nem sempre a coisa é tão cartesiana assim. Faz-se necessário observar as partes envolvidas nos conflitos e como elas naturalmente reagem ao que está em jogo. A expressão “naturalmente” reforça que dependendo de qual natureza do indivíduo esteja reinante na situação de conflito o desfecho pode ser distinto do planejado.

Basicamente, há três modos como as pessoas reagem aos conflitos.[15] E claramente, essa resposta está ligada à natureza do indivíduo. Aqui, estes modos serão chamados de caminhos e serão apresentados em duas direções: O caminho do ímpio e o caminho do regenerado na resolução de conflitos.

Quando o conflito se estabelece entre os que não foram apresentados ao Evangelho que ensina a bem-aventurança daqueles que se esforçam para não apenas viver, mas aplicar e permanecer na paz[16] os conflitos são marcados por respostas evasivas e posturas de ataque. Nenhuma das partes está disposta a dar a outra face, abrir mão do que acha que é correto ou assumir o ônus pelo perdão (conceitos inatos aos ensinamentos de Cristo em Mt. 5.39-40).

O que é oferecido, portanto, são negações, respostas evasivas, acusações e a perpetuação da situação até que cada parte ache que sua justiça própria prevaleceu.

Neste caminho, é comum que os ataques ao outro lado sejam a principal forma de diálogo e a intolerância com a opinião alheia é nitidamente presente. O desejo por “vencer” o conflito é a principal motivação e não apenas uma vitória, mas uma vitória que humilhe o outro lado. “Tragicamente, o ataque pode se agravar e envolver hostilidade física também. Quer sejam verbais ou físicas, as reações combativas só pioram o conflito.”[17]

Por outro lado, quando o conflito se estabelece entre aqueles cujas vidas já foram transformadas e impactadas pelo poder do Evangelho, há uma ética bíblica que deve ser apresentada constantemente às partes para que ela, e não as circunstâncias ou os sentimentos, seja o princípio normativo para a resolução de conflitos. Textos bíblicos como Rm 12.18; Fp 2.3,4; 1Co 13.4,5; Cl 3.15 devem estar presente em todo o tempo em que o conflito existe.

Neste caminho, denominado aqui o caminho do regenerado para a solução de conflitos, o Evangelho é que norteia a solução para o conflito. Esse caminho, diferente do anterior, não olha para as individualidades e para os direitos exigidos, mas sim para aquele que reconciliou consigo os filhos de Deus em sua morte na cruz (Rm 5.8-10).

“Visto que o evangelho não é apenas uma mensagem para crer, mas também uma Pessoa para seguir, precisamos tratar dos conflitos nos relacionamentos da mesma forma que Cristo tratou”.[18] Assim que será pavimentado o caminho do regenerado quando o conflito surgir. O alvo é diferente do caminho do ímpio que só pensa em sua justiça própria em em seus direitos pois olha para Cristo e não para si. (Ef 4.32)

Nesse caminho, os cristãos regenerados tem consciência de quem são em Cristo e a graça que fora derramada sobre suas vidas e sabem, pelo crescimento no Evangelho que “os cristãos são o povo mais perdoados do mundo. Por isso, devemos ser o povo mais perdoador do mundo.”[19] A partir dessa compreensão, pacificação, negociações, perdão e nova chance são o caminho para os conflitos estabelecidos.

 Embora tentados a manifestar os traços da velha natureza caída quando atacados e envolvidos em conflitos, os cristãos são desafiados biblicamente a buscar sempre a reconciliação, por mais difícil e distante que possa parecer, frisando sempre a conciliação pautada pela cruz de Cristo e seus efeitos sobre os relacionamentos regenerados.

  • A NATUREZA DA COMMUNION SANCTORUM E SUA INSTRUMENTALIDADE PARA A RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS

O que tem sido apresentado neste artigo é que quando o assunto são os conflitos, a natureza das partes envolvidas é a principal causa para definir a sua resolução. A situação em si não deve ser considerada como algo que não pode ser transformada para um destino de paz onde tudo indicava que seria para a guerra.

No caminho dos regenerados há de se considerar que todos aqueles a quem Cristo resgatou com seu precioso sangue ele “pela operação do Espírito Santo, reúne consigo, dota-os da verdadeira fé e assim, constitui a Igreja como seu povo”.[20]

É, portanto, na igreja que os regenerados são reunidos pelo Espírito Santo para viverem conforme o modelo de Cristo em obediência à sua Palavra. Ela é a communio fidelium ou communio sanctoruim.[21]

Por natureza a igreja é “uma comunidade de pessoas – o povo de Deus – que deve sua existência e peculiaridade a um fato fundamental – o chamado de Deus”[22] e isso faz dela uma congregação daqueles que são dirigidos pela ética da Lei de Deus e não por suas convicções pessoais (Ex 19.4-6), sua autojustiça ou seus sentimentos de direito violado. Sentimentos esses que geralmente norteiam a postura dos ímpios e suas respostas nos conflitos.

Mas, diferente de outras agremiações ou clubes sociais, a igreja é uma congregação – pessoas que foram chamadas/convocadas para reunir-se pela Palavra de Deus.[23]

Desde o Antigo Testamento a predileção pelo uso das palavras hebraicas Qahal e Edhah denotam a intenção dos escritores canônicos para definir a igreja. Ela era composta pelos “chamados/indicados” para “encontrarem-se ou reunir-se num lugar indicado”[24] (Ex 12.6; Nm 14.5; Jr 26.17).

No Novo Testamento o uso prioritário de duas palavras também representa bem a natureza da communio sanctorium. Os apóstolos usam as palavras Ekklesia e Sunagoge para definir que a igreja é composta daqueles “chamados para fora” para “reunirem-se” em torno das Escrituras[25] (Mt 4.23; At 11.26,13.13; 1Co 11.18; Rm 16.23; Cl 4.15; Ap 2.9)

O que todas as expressões escolhidas pelos escritores bíblicos têm em comum é definir a natureza diferenciada da igreja de ser uma comunidade reunida, não por força de vontade própria, mas pela ação conciliatória de Cristo na cruz do Calvário e pelo poder do Espírito Santo. Portanto, a igreja é literalmente a comunhão dos santos em Jesus, chamados pelo Espírito Santo para viverem de acordo com os preceitos da Aliança e da Lei de Deus.

Como bem afirma a CFW sobre a igreja consistir “do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que serão reunidos em um só corpo, sob Cristo, seu Cabeça”.[26]

A Confissão Helvética é bem clara ao destacar que essa igreja é composta “daqueles que verdadeiramente conhecem e retamente adoram e serem o verdadeiro Deus em Jesus Cristo, o Salvador, pela palavra do Espírito Santo”.[27]

Não obstante, faz-se necessário destacar que a visão de igreja apresentada nas confissões não é utópica, pois não desconsidera o fato de que existem duas manifestações desta mesma igreja. Uma delas é invisível, e como Berkohf diz, “é a Igreja como Deus a vê, uma Igreja que só contém crentes”[28]ao passo que a outra manifestação, dessa mesma igreja, é a igreja que transita na história, chamada na teologia de Igreja visível, composta por homens e mulheres que sinceramente amam ao Senhor e já entregaram suas vidas a Ele, outros que estão em processo de mudança de vida e tendo suas escamas espirituais arrancadas de seus olhos e também, e sempre tem, aqueles que não foram regenerados que são alvos das orações evangelizações, mas são distintos daqueles que já são santificados em Cristo.

O que, de acordo com a tradição reformada, revela que uma igreja visível de fato é a manifestação histórica da Igreja invisível é a observação constante das três marcas de pureza, a saber, a pregação da sã doutrina do Evangelho, a correta ministração dos sacramentos e o fiel exercício da disciplina eclesiástica. Vivendo assim a communio sanctorum confirma seu chamado e sua vocação.

É nesse ponto que a natureza da igreja a capacita para lidar com os conflitos de uma forma bíblica e que culmine em adoração ao seu Senhor. É a própria natureza da igreja que a faz o correto instrumento para resoluções dos conflitos que, porventura venham a surgir (e vão surgir) entre seus membros.

Entretanto, vale ressalta que: a) por ser uma igreja composta por seres humanos que vivem uma natureza dual – uma caída e terrena e outra regenerada e espiritual; b) por ser uma igreja que ainda está na tensão de tornar-se aquilo que ela já foi declarada ser pelo seu Senhor e; c) por ser uma igreja cujo o joio pode estar misturado em meio ao trigo sem a possibilidade de separação justa, dentro desta igreja visível podem haver conflitos de diversas origens.

Por ser uma congregação daqueles que foram trazidos pelo Espírito Santo, lavados, comprados e redimidos pelo sangue derramado na Cruz do Calvário, a igreja se mantem viva quando pratica, por vezes, de modo doloroso, a comunhão entre os seus membros e assim instrumentalizar a resolução de conflitos por meio do perdão e da reconciliação.

Essa tarefa está manifesta em quase todos os escritos do Novo Testamento. Deus reúne o seu povo para que ele caminhe em comunhão como a própria Trindade vive entre si. No corpo de Cristo, outra metáfora que indica a conexão orgânica entre os membros deste corpo, não há espaço para pessoas sem envolvimento com os demais ou em constante conflito que prejudique o funcionamento pleno de todo o corpo. “Embora o cristianismo seja individual, ele não é individualista[29]” e essa afirmativa exige com que conflitos iniciados sejam biblicamente resolvidos

Em um de seus livros, escritos sobre esse tema, Dewey Mulholland aborda o problema de conflitos não resolvidos no meio da igreja como algo que “obscurece a centralidade da igreja como uma família com seus membros cumprindo suas responsabilidades um para com o outro. [30]

Portanto, pode-se afirmar que como uma communio sanctorum a igreja é chamada para ser a vivência dos eleitos de Deus, salvos por Cristo e reunidos pelo Espírito Santo para viver, promover e manter a comunhão e a pacificação nos relacionamentos entre seus membros.

Com as metáforas bíblicas aplicadas ao povo eleito como uma família de muitos irmãos e um corpo cujo cabeça é Cristo a Bíblia demonstra a necessidade dos membros da igreja a se esforçarem para manterem a paz entre si,

E, por ser o povo da Palavra, não há espaço legal na igreja para que os membros sejam guiados por suas próprias normas ou códigos de justiça e ética particular. Os cristãos são guiados pela Palavra e provam que amam ao Senhor se guardam e cumprem seus mandamentos (Jo 14.23; Cl 3.13).

  • A TAREFA CONCILIATÓRIA DOS CONSELHEIROS BÍBLICOS: RELATO DE UMA AÇÃO PASTORAL NA RESOLUÇÃO DE UM CONFLITO

Para que o presente estudo alcance o objetivos proposto faz-se necessário apresentar a partir de uma experiência vivida no âmbito da igreja local características da natureza do conflito, princípios bíblicos utilizados para a pacificação e a implementação da cultura de paz na resolução do conflito. Nesse ponto, uma experiência prática confirma o que fora apresentado até aqui e isso contribuirá em muito para a eficácia e importância deste material.

Por ética, serão substituídos os nomes das pessoas envolvidas. Uma vez que o caso já foi solucionado não há problemas em cita-lo para fins didáticos.

3.1 A NATUREZA DO CONFLITO

Diante de um relacionamento de quase dez anos de casamento frustrado por inúmeras tentativas de conserto, busca por aconselhamentos, tentativas de recomeços e mudanças, Maria e João decidem então dar fim ao casamento. A situação tornou-se ainda mais grave quando João revelou que nos últimos três anos mantinha um relacionamento extraconjugal estável com uma colega em comum do casal.

Maria, membro ativa e atuante em sua igreja local, decidiu então buscar ajuda pastoral em uma tentativa desesperada de não ver tudo o que tinham construído em mais de uma década de relacionamento ir por água abaixo em um possível divórcio litigioso.

Um detalhe importante é que João não era convertido ao Senhor, mas como sempre Maria falava nas reuniões de mulheres: – Só faltava aceitar Jesus, porque era “mais crente” que muitos maridos na igreja! E os dois, que eram sócios em uma empresa local que começaram pouco antes de casar, haviam conquistado um bom patrimônio ao longo da última década.

Embora em algumas vezes no passado o casal houvesse procurado ajuda do pastor, as conversas eram sempre pontuais e superficiais que de fato nunca chegaram ao nível mais profundo das questões.

Então, após uma briga derradeira e a confissão por parte de João que estaria saindo de casa para finalmente “ser feliz” com Rita, sua amante, Maria entrou em desespero e os dias seguintes foram terríveis. Abuso de remédios, mensagens desequilibradas pelas redes sociais, ameaças contra a vida de João e contra a própria vida, até que o assunto chegou ao conhecimento da liderança da igreja que prontamente ofereceu ajuda para a situação.

Para agravar a situação, pouco tempo depois da separação, Rita postoou em sua rede social a chegada do primeiro filho do casal e um advogado de João entrou em contato com Maria com uma longa lista de exigências do seu ex-marido para o divórcio.

A situação estabelecida, portanto, era: Um casamento arruinado entre uma mulher cristã evangélica e um ímpio; a descoberta de um relacionamento extraconjugal; um divórcio litigioso onde uma das partes não queria abrir mão de nada conquistado ao longo dos anos e a outra, apelando para que o marido voltasse para o relacionamento à qualquer custo e não a deixasse desamparada financeira e emocionalmente.

3.2 PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A PACIFICAÇÃO

Diante de toda a situação, o pastor tentou pelo menos “minimizar” os estragos e cuidar da parte ferida que aceitou ajuda bíblica e pastoral.

Para começar, o pastor e sua esposa ouviram com atenção e empatia toda a “versão dos fatos” como contada por Maria. Todas as suas queixas e toda sua visão sobre o que levou o relacionamento a esse trágico fim.

Como um conselheiro bíblico experiente, o pastor entrou em contato com João com a proposta de pelo menos ouvir sua “versão dos fatos” para saber com o que realmente estava lidando. O pastor entendeu que textos como Pv 17.15; 18.13,15; 19.2; 20.5; 21.2; 25.9,10; 28.21 são bases importantes para sua postura de procurar as partes envolvidas na situação.

Após ouvir João e perceber a dureza de seu coração em não mais ter nenhum interesse em reatar seu relacionamento com Maria ou muito menos abrir mão “dos seus direitos” diante de um divórcio amigável, o pastor e sua equipe voltaram suas atenções e cuidados para ela, com a intenção de cuidar de suas feridas emocionais. Ambos perceberam que o coração de João estava nitidamente demonstrando o que há dentro do coração de um ímpio, mesmo que ele o tenha mascarado por anos com romantismo, palavras carinhosas ou atitudes de pseudobondade (Gn 6.5; Pv.6.14).

Ao começar as sessões de aconselhamento o pastor Pedro fez questão de não fazer promessas não-bíblicas sobre a situação (Pv 15.23), mas preferiu ouvir amorosamente toda a versão de Maria e assim, após formular um cronograma de assuntos e pontos que precisavam ser tratados,  o aconselhamento formalmente teve início. O que o pastor teve em mente para nortear a forma como abordaria a questão estava fundamentado em textos como Pv 16.23; 27.5,6 e foram essenciais para ajuda-lo a pensar em uma forma de ajuda.

Pontualmente, o pastor trabalhou com Maria a seguinte agenda:

O erro de não considerar, mesmo com o aviso público e privado do ensino da Palavra desde sua adolescência, sobre o erro de um relacionamento conjugal com um ímpio e esperar que a bênção do lar bíblico fosse a realidade da rotina acontecesse sem mudanças radicais de vida e de coração do seu marido. Maria preferiu render-se à carência afetiva e o medo de ficar solteira para sempre do que perseverar em obediência e os limites da Palavra de Deus. Ela amou mais a si, a seu companheiro do que os ensinos da Palavra de Deus.

O erro de ao longo dos anos, para manter as aparências e a reputação do marido e do casamento (mesmo que de forma falsa) para seus líderes e irmãos da igreja, não buscar ajuda bíblica profunda, verdadeira, mas sempre abandonar o processo quando o conselheiro se aproximava do cerne do problema (Pv 28.13).

O erro de esperar que o marido ímpio a amasse, honrasse e respeitasse como só um homem cristão regenerado o pode fazer.

O erro de depositar sua felicidade plena e realização na vida apenas se tiver seu marido consigo, mesmo que ele não dê sinais de mudança genuína.

O que restava agora para Maria era entender que o relacionamento estava quebrado a muito tempo e infelizmente chegou ao fim, e que seu ex-marido, por não ser um homem regenerado, havia escolhido um final onde ele estava pensando apenas em si e em seus desejos momentâneos. Ele havia decidido não continuar e decidido feri-la o máximo possível no intuito de sair-se “bem” do relacionamento. Maria infelizmente estava provando do amargo fim da desobediência aos preceitos bíblicos e da ilusão do amor oferecido por quem não conhece ao Senhor.

O pastor e sua esposa ainda trabalharam por algumas sessões o que seria necessário que Maria fizesse para que a situação fosse pacificada. O trabalho fora exclusivamente com ela, pois seu ex-marido abandonou qualquer tentativa de diálogo com a equipe de aconselhamento ou com a própria ex-esposa.

O alvo agora era ensinar a Maria que o perdão que ela deveria liberar para seu ex-marido não era condicional ou emocional, mas obediente e imediato como os textos bíblicos de Mt 6.12 e Cl 3.13 ensinavam.

E, o mais difícil, ensinar a Maria que para que a situação fosse pacificada era deveria entender que algumas coisas ela deveria perder para manter a paz, o testemunho e o bom nome de Cristo (Mt. 5.38-42; Lc 6.27-30).

O desfecho da história fora que, diante do juiz, o divórcio aconteceu, os bens foram divididos de forma justa e Maria não precisou “brigar como um cão raivoso” pelas coisas que ambos haviam construído até então. Por decisão dela, sua parte na sociedade da empresa fora vendida por um preço bem abaixo do que valeria para que ela se visse livre para recomeçar sua vida profissional e todas as coisas periféricas pelas quais ele estava brigando, ela abriu mão voluntariamente por entender que seu coração não estava preso a essas coisas e Maria aprendeu sobre a importância da observação dos preceitos da Palavra do Senhor em todos os aspectos da vida, inclusive em relacionamentos interpessoais.

3.3 IMPLANTAÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ NA IGREJA LOCAL

Com vistas a ajudar primeiramente Maria, mas também proteger as demais ovelhas de situações tão dolorosas como aquela, o pastor e sua equipe decidiram então começar um novo projeto denominado Em Santidade viveremos, um acompanhamento pastoral, discipulativo e mais próximo com os casais de namorados com o desejo de prepara-los biblicamente para os passos seguintes no relacionamento.

Por meio de estudos específicos em reuniões de grupo, outras vezes por meio de conversas particulares com casais e um intensivo curso de noivos, os casais da igreja tinham agora uma oportunidade de aprender e compartilhar suas dúvidas, temores e dilemas da caminhada com casais mais experientes que os ajudariam prontamente rumo ao casamento onde, após casados, seriam inseridos e acompanhados pelo departamento de casais da igreja.

Outra forma de ajudar foi criar um grupo de acompanhamento específico para divorciados da igreja. Este grupo era acompanhado por um grupo de presbíteros que além de orarem juntos com os recém-divorciados, instruía-os biblicamente sobre as causas, erros e novos recomeços na vida machucada por fim dos relacionamentos. Um grupo que antes era esquecido na igreja passou a ser pastoreado de perto e tratado para as novas etapas da vida.

Muitos relacionamentos foram salvos a partir de então. Namoros e noivados ou terminaram por não estarem de acordo com a Palavra de Deus ou alcançaram conserto e nova oportunidade de viver de acordo com a Escritura e seus ensinamentos. Houve uma oferta de antecipação na solução dos conflitos e uma cultura de paz se estabeleceu na vida de muitos casais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: NA COMMUNIO SANCTORUM CONFLITOS SÃO RESOLVIDOS PELO DIRECIONAMENTO DA PALAVRA

Ao concluir o presente estudo, fica evidente que há formas distintas de resolver conflitos quando estes surgem dentro e fora da igreja.

Ao perceber que conflitos existem por serem uma características da desarmonia da natureza caída, este material apresentou além da triste realidade que conflitos sempre existirão na caminhada “fora do jardim” e que, mesmo dentro do povo da Aliança, por ainda carregarem consigo a insistente e revoltada velha natureza que insiste em não se render aos ensinamentos e preceitos do Evangelho, como bem lembra MacArthur quando afirma que “a humanidade moderna, nutrida com a psicologia da autoestima, também fica chocada ao descobrir que todos nós somos, por natureza, criaturas pecaminosas e indignas.”[31]

Outra contribuição importante é que quando os conflitos acontecem dois caminhos poderão ser trilhados para o desfecho desejado. O caminho do ímpio e o caminho do regenerado apresentam propostas antagônicas do que é o verdadeiro “sucesso” na resolução dos conflitos. Quer sejam por diferenças, manifestações pecaminosas ou por divergências de cosmovisão, será o caráter dos envolvidos que definirá o que se pretende alcançar quando um conflito surge. Se o conflito é regido pela batuta do ímpio, respostas evasivas, ofensivas, buscas por autojustiça e benefícios serão as principais questões norteadoras. Se, por outro lado, o conflito se estabelecer no meio de regenerados, o caminho trilhado deverá ser aquilo que a Palavra de Deus orienta para o povo da Aliança quando o pecado tentar desviar o povo do caminho.

É nesse contexto que a communio sanctorum faz toda a diferença e serve como um ambiente apropriado para que conflitos sejam resolvidos biblicamente. Nela, o povo do pacto é chamado, mantido, tratado e conduzido pelo ensinamento das Escrituras e são constantemente lembrados que a luta pela verdadeira santidade requer uma vida pautada no cumprimento das exigências, por mais dolorosas que sejam, dos princípios e valores estabelecidos na Palavra de Deus que os tornam semelhantes a Cristo. “Somos capazes de mudar e nos tornarmos mais parecidos com Cristo, Aquele que mostrou as atitudes e respostas certas diante dos conflitos”[32], escreveu Baker de forma muito preciosa em seu texto. A prova disso é que no relato de caso narrado neste estudo percebeu-se como o ímpio e o regenerado envolvidos optaram por caminhos diferentes em sua resolução. Embora a exposição e busca tardia por ajuda na situação tenha impossibilitado uma reconciliação do relacionamento, o desfecho fora direcionado apontando o caminho correto e percebendo como cada um deles reagiria ao ser confrontado pelo que a Escritura exigia. A parte ímpia, cega em seu egoísmo, optou por respostas de ataque, negacionistas e evasivas, enquanto a parte regenerada assumiu a dor do caminho do perdão e da escolha e manutenção da paz entre as partes mesmo tendo prejuízo material como parte da caminhada.

Uma boa parte desse tratamento só fora possível porque a parte regenerada estava inserida na communio sanctorum, conduzida pela Escritura, pastoreada por líderes fiéis e submissa àquilo que a Bíblia exige que os santos façam. Mais tarde, tal situação serviu de exemplo e ensinamento para proteger e auxiliar outros possíveis casos que estavam caminhando para o mesmo fim, afim de salvar e cuidar dos relacionamentos conjugais no meio do corpo de Cristo.

ABSTRACT

This article addresses how the uncomfortable and unfortunate result of fallen nature, even in regenerated Christians, can bring conflicting, exhausting and sometimes traumatic situations within the local church. It serves as a sad reminder that the glorious time of a life in eternal fellowship free from the presence of sin has not come yet.  Interpersonal conflicts are a clear demonstration of the disharmony caused by sin and its manifestations sometimes occur among those who are expected fraternity, compassion and long-suffering.  If not biblically treated and supervised, this dissonance can culminate in tragedies very difficult to overcome. In order to present the reason for the existence of conflicts between members of the body of Christ, how they can manifest themselves, but also a biblical possibility of conflict resolution establishing a peaceful culture, this article will utilize biblical-theological arguments and, secondly will present proposals through the ministry of Biblical Counseling to help leaders in the resolution of conflicts within the local church.

KEYWORDS

Conflicts, communio sanctorum, biblical counseling, church, pray, piety.


[1] A depravação total não significa que todas as pessoas executam a expressão de seu pecado na máxima medida, mas explica a abrangência do pecado na totalidade das instâncias do ser humano.

[2] Dr. Heath Lamberth é diretor executivo da Association of Certified Biblical Counselors (ACBC). Pastor da First Baptist Church em Jacksonville (USA), professor de Aconselhamento Bíblico no The Southern Baptist Theological Seminary.

[3] LAMBERTH, H. Teologia Bíblica do Aconselhamento. Eusébio, CE: Editora Peregrino, 2017. p.238.

[4] Conceito teológico para explicar a culpa e condenação de toda raça humana pela desobediência federal de Adão.

[5] Termo em latim usado pelo pastor David Powlinson em seu livro A Graça de Deus em seu sofrimento que define a natureza essencial pecaminosa do homem caído em voltar-se para si em todos os seus desejos e comportamentos excluindo assim qualquer desejo de agradar a Deus. In: POWLISON, David. A graça de Deus no seu sofrimento. São José dos Campos, SP: Fiel, 2019.p.55

[6] LAMBERTH. Teologia Bíblica do Aconselhamento. p.244.

[7] BAKER, Ernie. Ajudando homens a resolver conflitos. p.371-394. In: STREET, D. John (Org.). Homens aconselhando homens: uma abordagem bíblica das principais questões que os homens enfrentam. São Paulo: NUTRA Publicações, 2014.

[8] Ibid.p. 376.

[9] Ibid. p. 376.

[10] SANDE, Ken. Os conflitos no lar e as escolhas do pacificador: um guia prático para lidar com as crises na família. São Paulo: NUTRA Publicações, 2011.p.7.

[11] MacArthur, John. Introdução ao Aconselhamento Bíblico: um guia de princípios e práticas para líderes, pastores e conselheiros. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.p.90.

[12] PRIOLO, Lou. Resolução de Conflitos: uma compreensão bíblica e suas implicações para a dinâmica dos relacionamentos. São Paulo: NUTRA Publicações, 2016.p.20.

[13] PRIOLO, Resolução de Conflitos, 2016.p.137.

[14] Ibid.p.137-138.

[15] Essa é forma que Ken Sande aborda em seu livro Os conflitos no lar e as escolhas do padificador. p.21.

[16] Tradução escolhida para a palavra (εἰρηνοποιός) em Mt 5.9 – Aqueles que não apenas buscam ter paz, mas são “fazedores da paz”, engajados em promover a paz entre partes ofendidas e trazer a paz para nosso meio.

[17] KANDE. Os conflitos do lar e as escolhas do pacificador. p.23.

[18] BAKER. Ajudando homens a resolver conflitos. p.389.

[19] SANDE, Ken. O Pacificador: como solucionar conflitos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.p.217.

[20] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.p.509.

[21] Termo latim que traduzido expressa o sentido de comunhão dos fiéis ou comunhão dos santos significando que a igreja é esse ambiente “visível e invisível” onde os remidos são reunidos para santa convivência em Cristo.

[22][22] SHELLEY, Bruce. A igreja: o povo de Deus. São Paulo: Vida Nova, 2016.p.21.

[23] SHELLEY. A igreja: o povo de Deus.p.23.

[24] BERKHOF. Teologia Sistemática. p.511.

[25] Ibid. p.511.

[26] CFW. XXV.1

[27] Confissão Helvética, XVII.

[28] BERKOHF. Teologia Sistemática.p.519.

[29] SCHAEFFER, Francis. A igreja no ano de 2001. Goiânia: Casa Editora Aplicada, 1975.p.73.

[30] MULHOLLAND, Dewey. Teologia da Igreja: uma igreja segundo o propósito de Deus. São Paulo: Shedd Publicaçoes, 2004.p.49.

[31] MACARTHUR. Introdução ao Aconselhamento Bíblico, 2016.p.86.

[32] BAKER. Ajudando homens a resolver conflitos.p.392.

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